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Obrigada, Walt: o que está por trás da minha história “Disney de novo?”

Ninguém entende o meu amor pela Disney, mas na verdade nunca souberam do que está por trás dessa história.
Estou escrevendo este texo enquanto volto de uma viagem por esse lugar mágico e, mais uma vez, choro por dizer até logo. Por trás desse choro, claro, gratidão.
Aos 16 anos, recebi de presente a minha primeira viagem para esse lugar que mudaria a minha vida pra sempre. Aliás, tudo seria perfeito se eu não estivesse na pior fase que já tive.

Ninguém entende quando alguém diz que já sofreu de síndrome do pânico ou de ansiedade. Todos julgam. É coisa da cabeça. É drama.

Pois é, ninguém entende como é dormir e ter que enfrentar a sua mente todo santo dia implorando para “ser normal”. Ou ter que tomar remédio para conseguir ficar em lugar fechado. Ou sair de casa rezando para não passar mal.

“É coisa da sua cabeça”, mas nunca entenderam como era mais real do que qualquer outra doença.

Na verdade, começou com 15 anos e até hoje agradeço por eu ter me enfrentado. Se não fosse pela ajuda espiritual que recebi, certamente eu não seria quem sou hoje.

Não desejo essa crise para ninguém.

Eu não entendia nada. Como pode a mente ter um poder tão grande? Não bastasse isso, minha espiritualidade era quem realmente estava enfraquecida. Eu não entendi o porque estava passando por aquilo e a única coisa que eu sabia é que eu era nova demais para ter aquelas crises. Mas como eu iria parar? Quem já passou por isso sabe que a gente tenta, a gente se enfrenta, mas nunca sabemos quando vai começar ou quando vai parar. O coração acelera, a mão sua, você tenta controlar o medo mas não consegue. E ali mesmo você acha que a sua crise não vai acabar nunca e que você não vai aguentar. É horrível.
Em meio a tantos medos, choros, remédios, crises e não aguentar ficar em lugar fechado ou com muita gente, veio uma viagem.
Eu ia realizar um sonho de infância, mas…

Quase 10 horas de viagem? E se eu passar mal? Como vou “escapar”?

Lembro até hoje de como eu senti medo quando meu pai me deu aquela passagem… E foi naquele dia também que eu me obriguei a melhorar. Nenhum medo seria maior que o meu sonho. Ponto.

Trabalhei psicologicamente e espiritualmente para conseguir ir. Muito. Só eu e a minha família sabemos pelo que eu passei.
Mas, é aquela coisa: a gente nunca deve adiar um sonho, não é mesmo?

Então, com medo, fui.

E foi com essa coragem que tudo mudou.

Eu e minha irmã do meio, Thavany, em nossa primeira viagem!
Eu e minha irmã do meio, Thavany, em nossa primeira viagem!

Em uma época de “sou louca da cabeça”(afinal, é a primeira coisa que você pensa quando a psicóloga diz que você tem “agorafobia” — medo de sentir medo, que te leva a ter crises de pânico e ansiedade, mas depois entende e aceita que é uma doença como qualquer outra), veio um mundo onde a magia existe e com uma só opção: ser feliz.

Quando eu vi de perto tudo aquilo que eu via quando criança nos filmes, aquelas pessoas se esforçando para fazer o meu dia feliz e me senti em um lugar que eu podia pertencer (afinal, os problemas somem com o pó mágico), eu prometi: eu vou voltar e retribuir tudo o que fizeram por mim.

Não sei o que foi, mas ver que tinha um outro mundo cheio de possibilidades e onde os sonhos acontecem, eu sabia que tinha esperança.
Eu senti que estava no lugar certo.

E desde então eu fui grata e me sentia na obrigação de dar o meu melhor para um dia retribuir aquilo para as outras pessoa que, como eu, poderiam estar fazendo aquela viagem em um momento tão difícil quando tudo o que queriam era ser um pouquinho feliz e estar em paz.

Quem está trabalhando lá agora ou já foi, saiba de uma coisa: vocês fazem parte de um mundo que muda a vida das pessoas. Em algum momento, vocês fizeram a diferença.

Vocês sabem disso e é justamente esse o motivo que te faz sorrir quando dizem: “Disney de novo?” Seja quando você compartilha algo, vai voltar, sofre quando vê algo desse lugar…
Não dá pra adiar a chance de fazer a diferença.

E foi assim que depois de 3 anos eu voltei para cumprir a minha promessa. E é com esse mesmo sentimento que eu sempre volto e procuro o meu ponto de paz naquele lugar.

Afinal, foi em um dia de trabalho apenas cuidando de um carrinho de bebê que uma mãe virou para mim e disse: obrigada por estar fazendo isso.

E agora eu que digo: Obrigada, Walt, por ter deixado eu fazer isso.

Thayná Almeida

Publicitária, escorpiana, sonhadora e com um desejo de sair conhecendo esse mundo. Ainda não sabe o que quer fazer da vida, mas tem certeza de que o Universo vai mostrar o caminho.

Este post tem 4 comentários

  1. Lisandra

    Amei a postagem!
    Minha mãe já sofreu ansiedade e teve síndrome do pânico.
    Eu no princípio não conseguia lidar muito bem com isso.
    E sofria muito junto.
    Depois percebi que o que ela mais precisava era amor.
    Hoje ela está bem e conseguiu se “livrar” dos remédios e voltou a ser a pessoa feliz que sempre foi.
    Achei super legal, você compartilhar isso.
    Ainda não fui a Disney, mas pretendo ir em 2017. Acredito que seja um lugar mááágico mesmo.
    Gostaria de dicas. Você possui uma planilha que possa me auxiliar nos gastos?
    Desde já, obrigada!

    Beijos

    1. Thayná Almeida

      Oi, Lisandra! Tudo bem?
      Desculpa a demora pra te dar um retorno, mas fiquei muito feliz que você gostou do post!
      É realmente muito complicado, tanto pra gente que sofre quanto pra quem está perto, pq é difícil de entender essas coisas né? A gente não consegue controlar o que sente 🙁 Mas fico muito (muito mesmo!) feliz em saber que ela melhorou! É o maior desafio, se vencer e vencer a mente.
      Eu estou pra fazer um post de gastos, mas é que as vezes que eu fui eu aproveitava os descontos de cast member então eu não gastei com parques pois minha irmã trabalhava lá e o hotel era com 40% de desconto. Mas pra ajudar: Cada ingresso pros parques da Disney (que são 4, sem contar aquático) sai cerca de USD110 por pessoa já com taxas; O da Universal para ir nos dois parques sai cerca de USD160. Se você pretende conhecer o Orlando Eye & Madame Tussauds o ingresso para os dois juntos é cerca de USD40. O hotel varia muito, pois depende de quantas pessoas vão com você, onde você vai ficar, etc. Eu sempre fico na Disney pois tem ônibus de graça para todos os parques, o que ajuda MUITO! E transporte por lá hoje em dia com o Uber é tranquilo, compensa bastante.
      Pra alimentação a gente deixava separado uns USD70 por dia pois é bem carinho nos parques, uns USD20 o lanche (completo), fora dos parques já é mais em conta (eu chegava a comer em dollar menu então economizei muito rs). Sobre compras, lá é bem barato mesmo. Se você separar uns USD500 já faz a feeeeeesta ahhahhaha!

      Espero ter ajudado e se tiver mais alguma dúvida é só me avisar!

      Bjs e obrigada pelo carinho!

  2. Roberta

    Oi!! Minha tia tem síndrome do panico e vamos viajar ano que vem pra Disney, quero que seja uma viagem maravilhosa, porque eu já fui e amo esse lugar, mas tenho muito medo que ela tenha alguma crise durante a espera das atrações, ela toma remédio controlado, mas ainda sim, às vezes ela começa a passar mal e se sentir sufocada no meio de gente. O que você recomendaria? Sei que existe o FastPass, mas tenho receio de que eu não consiga marcar para todas as atrações.

    1. Thayná Almeida

      Oi, Roberta! Tudo bem?
      Muito obrigada pela mensagem!! Olha, quando eu fui também fiquei muito preocupada… “E se me der uma crise durante a atração?”, “e se eu passar mal”, “e se eu não aguentar”? De verdade, meu remédio foi chegar lá e ver toda aquela magia. Eu acredito que isso será muito mais de dentro pra fora, sabe? Ela vai se sentir segura lá, pode ter certeza. Eu fui literalmente seguindo a frase “VAI! E, se der medo, VAI COM MEDO MESMO!” <3 Mas caso ela tenha alguma crise, fiquem tranquilas, saiam da fila e vocês podem até tentar ir no Guest Relations e explicar para o cast member a situação da sua tia, tentar ter mais alguns voucher de fast pass... Mas vai dar tudo certo!

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